Candidatos às eleições em Hong Kong tentam convencer indecisos

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Os três candidatos ao cargo de chefe do executivo de Hong Kong fizeram esta segunda-feira as últimas tentativas para convencer os indecisos do colégio eleitoral nas eleições de domingo.


O fórum, que reuniu os 1.200 membros do colégio eleitoral, não teve um início pacífico, com os deputados Leung Kwok-hung, da Liga Social-Democrata, e Wong Yuk-man e Albert Chan, do Poder do Povo, a serem convidados a abandonar a sala.

Durante a sessão de perguntas e respostas estiveram em foco diversos temas, desde a educação ao desenvolvimento da economia local, passando pela saúde e pela segurança social até às relações entre Hong Kong e Pequim.

As acusações, que têm aquecido o debate entre Henry Tang e Leung Chun-ying – os dois candidatos que vão protagonizar o braço de ferro no domingo – voltaram a ser firmemente negadas por ambas as partes. “Eles usaram meios anti-éticos para me atacar, para questionar a minha integridade e honestidade, e aniquilar o meu carácter”, afirmou Leung Chun-ying (conhecido por CY Leung). “Hoje enfrento-vos a vocês, membros da Comissão Eleitoral, e aos sete milhões de pessoas de Hong Kong. Eu não sou membro do Partido Comunista.”

 

Retaliação negada

“Nunca sugeri o uso de gás lacrimogéneo ou o envio de polícia de choque contra os manifestantes que protestavam contra o artigo 23.º da Lei Básica”, disse também CY Leung, refutando as acusações de Tang, que foi entretanto, também ele, atacado por usar informações confidenciais de uma reunião governamental. Tang respondeu com o anúncio de uma declaração à Comissão Independente contra a Corrupção (ICAC).

A revelação pública, sobre a suposta decisão de CY Leung de usar gás lacrimogéneo, foi alvo de fortes críticas, com vários deputados – incluindo a antiga secretária para a Segurança Regina Ip e o antigo secretário para a Administração Joseph Wong Wing-ping – a pedir que o Governo se pronunciasse sobre a alegada quebra de confidencialidade. “Manter a confidencialidade das reuniões de alto nível é um valor fundamental de Hong Kong e a sua violação significaria que ninguém se atreveria a falar abertamente, isso mataria qualquer discussão no Conselho Executivo”, adiantou Regina Ip, pedindo medidas do executivo, segundo o South China Morning Post.

 

Arma humorística

Henry Tang anunciou que estaria disposto a enfrentar as consequências da divulgação da informação, alegando que o interesse público está acima da obrigação de confidencialidade e prometeu ainda seguir com a promessa de Pequim de eleições directas para o próximo chefe do Executivo, a partir de 2017.

Já o terceiro candidato, Albert Ho, voltou a usar o humor como arma. “Um dos dois está a mentir e um dos dois será o próximo Chefe Executivo de Hong Kong”, disse.

O candidato eleito deve conseguir pelo menos 601 votos da comissão eleitoral.

Caso nenhum dos dois consiga pelo menos 50% dos votos, será fixada uma segunda volta no início de Maio.