Portugal foi a primeira potência europeia a chegar à China e a última a partir. Desde o assentamento português, em 1557, Macau desenvolveu ao longo dos séculos uma autonomia e identidade distintas às dos restantes territórios do Império Português, resultantes de um status quo que permitiu, durante séculos, a coexistência pacífica entre duas matrizes culturais: ocidental e oriental. Os padres Jesuítas foram os embaixadores de facto de Portugal na corte de Pequim, decisivos também na propagação do cristianismo e da ciência ocidental no país. Na segunda metade do séc. XX, as relações luso-chinesas conheceram duas fases completamente distintas, marcadas inicialmente pelo não-reconhecimento da República Popular da China pelo regime ditatorial português, com a Revolução Democrática de 1974 a constituir um ponto de inflexão que resultaria no reatamento de relações diplomáticas em 1979. A resolução da questão de Macau seguiria a fórmula “um país, dois sistemas” de Deng Xiaoping. Atualmente, o relacionamento tem sido marcado pela progressiva intensificação do investimento bilateral, com Macau, após a criação em 2003 do Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a redefinir o seu papel convertendo-se numa plataforma privilegiada de ligação entre a China e o mundo lusófono.