A ilha de Taiwan é um dos pontos mais críticos do globo. Encontra-se no centro de uma perigosa disputa geoestratégica e é nessa região que, no limite, poderá deflagrar uma guerra entre as duas maiores potências mundiais. Ambas com poderio nuclear.
Depois do regresso de Hong Kong e Macau à «mãe Pátria», a liderança chinesa está apostada em concluir a reunificação com Taiwan à luz da fórmula «um país, dois sistemas». O poderoso líder Xi Jinping fez saber que a delicada questão não pode ficar em aberto para as gerações futuras. Do lado oposto, o governo da ilha considera que Taiwan é um país soberano, pelo que não admite o controlo reclama do por Pequim. A República da China, instalada em Taiwan em 1949, conseguiu manter-se independente de facto ainda que de jure não seja reconhecida pela generalidade dos Estados. É uma potência tecnológica e líder mundial na estratégica indústria dos semicondutores.
Em anos recentes, a China intensificou as manobras militares intimidatórias contra Taiwan, os Estados Unidos reforçaram o apoio político e a venda de armas, e o governo em Taipé prepara-se para um cenário de cerco ou invasão da ilha. A população vive num limbo.
Taiwan não pode aceitar a integração na China sem destruir a autonomia da sua comunidade política democrática.
O regime comunista chinês não pode sobreviver sem resolver a «questão de Taiwan» nem pode continuar a adiar a «reunificação da pátria». Até quando conseguirá Taiwan evitar ser engolido pelo dragão à porta?
Luís Cunha é doutorado em Relações Internacionais e professor auxiliar convidado da Information Management School da Universidade Nova de Lisboa. Tem vários artigos publicados em revistas especializadas, nacionais e estrangeiras, na área da geopolítica da Ásia-Pacífico.
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https://www.almedina.net/taiwan-paz-e-guerra-na-asia-1730084793.html